sábado, 22 de outubro de 2011

" Quem sabe. . . "

Foto:   http://migre.me/5TG9A
As lojas da estação do metrô em dia de domingo não abrem e nem parei para pensar nisso. Estava indo para a casa dos meus pais que completavam 40 anos de casados e convidaram a todos os filhos e noras para um almoço de comemoração.

Tinha que comprar alguma lembrança para os velhos, mas agora o que me restava era tentar encontrar alguma floricultura aberta para, pelo menos, levar um lindo arranjo de flores. Era meio desligado para essas coisas além de ser o único filho solteiro morando sozinho e sonhando um dia em ser um escritor famoso.

Trabalho no Jornal da Cidade como cronista da coluna social.  Um jornalista que para conseguir uma boa matéria freqüentava os eventos sociais que rolavam pela madrugada.

Uma vida que estava acabando comigo e o dinheiro que conseguia ganhar mal dava para o gasto. Eu era um jovem, passando fome e bebendo e tentando ser um escritor.  Sim era e sou isso tudo, mas sou teimoso e não desisto do meu sonho.

Estou entregue a criação de um livro que será o primeiro de uma grande série de aventuras e ficção. Tem dias que a minha imaginação viaja nessas aventuras e não vejo o tempo passar. Sentado a escrivaninha e na frente de um caderno e de um computador traço os momentos mais marcantes do meu herói. Preciso me controlar para não pegar em uma bebida e procurar me alimentar de uma maneira mais saudável, pois sei que não chegarei a lugar nenhum vivendo da forma que estou.

Estar indo ver meus pais, meus irmãos e poder estar junto com a família em um belo almoço familiar era um momento que me fazia muito bem. Renovava minhas energias, recebia muito carinho e incentivo, mas também tinha o lado dos questionamentos sobre a minha vida.

Era um mar de perguntas, de sugestões, de broncas, de querer saber o porquê não tinha uma companheira, porque não tinha isso, aquilo e ficava ali naquela berlinda jogando confetes para um lado, para outro e procurando manter a calma. Quem sabe um dia deixo de jogar confetes para contar minhas glórias. Quem sabe...   


RSantos

"Um escritor é aquele que brinca com as palavras, 
que escreve com a alma além do coração" 


18ª Edição Visual
20ª Edição Gênero-Situação
"Eu era um jovem, passando fome e bebendo e tentando ser um escritor
24ª Edição Começo e Fim.
Começar com "A" e terminar com "..."

sábado, 8 de outubro de 2011

" Um incêndio e seus contratempos"


Todos estavam dormindo na hora em que ocorreu uma explosão em uma das casas do Condomínio onde moravam os meus pais. O barulho e abalo que provocara foi tão forte que além do susto deixou seus morados em pânico.

O corpo de bombeiros foi logo acionado chegando rápido ao local. Foram logo cercando o lugar atingido e as casas vizinhas. Os carros dos Bombeiros ficaram em frente ao local. Um deles mantinha um holofote iluminando toda a região que estava totalmente às escuras.

Uma equipe de bombeiros estava mais afastada tentando isolar o local e também retirando os moradores das residências próximas a casa em chamas.


Felizmente a casa estava vazia, pois seus moradores tinham viajado para o exterior aproveitando suas férias. O que se suspeitava ter ocorrido era a explosão do aquecedor de gás de um dos banheiros.


Fui avisada por um dos vizinhos que tinha meu telefone. Ele ficou preocupado, pois a casa ficava colada a dos meus pais e os Bombeiros estavam esvaziando os moradores e eles não queriam sair da casa. 


Ainda bem que morava perto e já sabia do gênio dos meus velhos e da  adoração que tinham por aquela casinha. Era o mundinho deles onde cuidavam do jardim, tinham a sua cachorrinha Dolly e uma vida cheia de atividades. O condomínio permitia participarem de vários eventos como caminhadas, ginástica para a terceira idade, danças de salão e muitas outras.


A vida com o tempo inverte as posições e os filhos é que passam a ter que cuidar dos pais. Apesar das artes que aprontavam eu os amava muito e já sabia que ia escutar um discurso até o dia amanhecer. 


Quando fui chegando eles já estavam do lado de fora conversando com os bombeiros e pareciam estar bem e muito calmos. Assim que me avistaram arregalaram os olhos e foram logo perguntando:
- Filha o que está fazendo aqui a esta hora? Aconteceu alguma coisa? 
Escutei o que perguntaram e nem dei bola. Olhando uma cena daquelas era para me deixar é muito nervosa. Ah,esses meus pais são uma comédia!


Rsantos




23ª Edição Começo e Fim.
Tema: começar com "T" e terminar com "!"
17ª Edição Visual
Foto: http://migre.me/5MkyT