sábado, 26 de fevereiro de 2011

Edição 7a. - Diário de Mochileiro - " Lost in London "

Ainda estava escuro quando o telefone tocou para avisar que já estava na hora de acordar para assumir o turno da manhã.
Eram cinco da matina e eu tinha que está prontinha e com café tomado para cobrir a turma da noite às seis horas.
Levantei com a cabeça latejando apesar de ter dormido como uma pedra. Sabia que quando começava o dia assim era um mau sinal. Era o meu dia de  TPM e só tinha que pedir a Deus que me desse forças para suportar, pois não tinha remédio que acabasse com essa dor.
Fui direto tomar um banho para me sentir melhor e começar o meu primeiro dia de trabalho como camareira com uma cara de bons amigos.


Fui até o aquecedor do quarto para pegar a "peça única" que estava sequinha e era indispensável para compor o meu uniforme. Arrumei a cama deixando o quarto em ordem para não haver reclamações, pois tinha que mostrar bons serviços e eficiência para me manter no emprego.

Fui até a cozinha da Hotel onde havia um refeitório para os funcionários fazerem as suas refeições. Fui apresentada a todos e pouco falei, pois era uma mistura de sotaques e tinha que me acostumar aos poucos.
A Chefe das camareiras, Rose, me explicou os procedimentos. Nesse primeiro dia faria o trabalho na companhia de Isabella que era uma camareira antiga e falava um pouco de português por ter nascido em Lisboa, mas já vivia em Londres há muitos anos.
        
Assim passei o dia entrando e saindo dos quartos, desfazendo e fazendo camas, trocando as toalhas, ajeitando os banheiros. Quando pensava que ia descansar um pouco chamavam de novo para verificar o quarto que havia vagado e proceder a sua devida arrumação.
Que dia ruim eu passei, mas não pelo serviço e sim pelo mal estar que me acompanhava desde que acordei. Contava os minutos e segundos para chegar ao fim o meu turno e poder tomar um comprimido para dor de cabeça, me jogar na cama e dormir com o quarto todo escuro. Esse sim seria era o remédio que me deixaria novinha em folha no dia seguinte.

Fui me arrastando e aguentando o trabalho e procurando ser gentil e simpática a todos. Acredito que não tenham percebido porque nem olharam direito para mim.

Quase duas horas da tarde e segundo o que me informaram estaria terminando o meu expediente.  Havia terminado a arrumação  de um quarto quando a Isabella veio me avisar que já podia ir embora.

Descemos juntas, passamos na cozinha para marcar a saída e me despedi indo direto para o quarto.

Que alívio poder chegar neste quartinho, olhar para mesinha que tinha uns livros antigos , uma caixinha e um arranjo lindo de flores  que mau pude olhar, mas que não faltaria tempo para ver todos os detalhes.

Que bom que consegui cumprir as minhas tarefas no meu primeiro dia de trabalho aqui em Londres permitindo a minha permanência mesmo como clandestina. Melhor ainda foi ter suportado com coragem a minha enxaqueca que apesar de ter tornado o meu dia péssimo, muito ruim, me fez sentir vitoriosa por chegar até o FIM do expediente sem pedir arrego.
RSantos


7a. Edição Diário do Mochileiro
Tema: dia ruim


11a. Edição De-sa-fio
Tema :fim





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" Querido Diário - 7º Dia "


Rio, 26 de fevereiro de 2011


Como pode eu ficar toda boba e tão feliz com tão pouco. 

Vou contar rapidinho o que me aconteceu porque foi um momento tão especial que vale a pena  deixar guardado e registrado aqui neste meu "Querido Diário" .

O meu filho me ligou pedindo uma opinião do que poderia dar de presente para a namorada em comemoração aos dois meses de namoro.

Pensei como deve ser gostoso namorar nos tempos de hoje que sempre existe um momento de comemoração em que trocam carinhos e presentes. Prova de que estão se gostando e um lindo amor está nascendo o que me deixa muito feliz. 

Claro que dei várias sugestões do tamanho do seu bolso e orientei aonde poderia comprar.

Hoje antes de ir fazer minhas unhas bateu a saudade e vontade de falar com o filhote, mas me controlei enviando apenas um torpedo com os seguintes dizeres:
- Bom dia! Bom trabalho. Mamy está muito feliz por vc ter alguém te fazendo feliz. Te amo muito. Bjs

Tempos depois ele me respondeu dizendo:
"- Bom dia pra vc tb mãezinha! Amo vcs tb. Bjks"

Quando li fiquei muito emocionada e existe beijo mais gostoso de se receber do que esse que veio cheio de amor e via torpedo?

Ganhei o dia de tanta felicidade !!!! Beijos mil !
Rene Santos


7a. Edição Querido Diário
Tema: Beijo (qualquer tipo de beijo)

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

" Querido Diário - 6º Dia "


Rio, 19 de fevereiro de 2011

Hoje o meu dia foi muito especial porque o meu filho veio almoçar aqui em casa e trouxe a sua namorada para conhecermos.

Imagine que me avisou ontem à noite e tive  que fazer uma mágica para preparar este almoço.

Estava exausta depois de um dia de trabalho e o que uma mãe não faz por um filho e ainda mais quando está apaixonado.

Fui para a cozinha para ver o que tinha ainda disponível na dispensa e quando abri quase chorei porque estava quase que vazia e o que me restava para tentar fazer algo decente era um pacote de macarrão,uma lata de molho de tomate e um vidro de azeitonas.

Na geladeira tinha pronto arroz, uns pedaços de frango e algumas fatias de carne assada. Ainda tinha uma alface com dois tomates  para preparar uma boa salada e quatro laranjas para um suco super gelado.

Fiquei mais tranquila porque além de estar com pouco dinheiro, o que não me permitia fazer extravagâncias, eu já tinha decidido o cardápio do almoço com o pouco que tinha em casa e fui dormir para acordar bem disposta.

O importante que eles adoraram o almoço e eu fiquei muito feliz e adorei conhecer a sua namorada - uma jovem muito alegre e simpática.

O resto dos elogios eu deixo por conta de meu filho,pois sou uma mãe que me reservo a dar a minha opinião sobre as namoradas do meu filho. Sinto que está muito apaixonado por ela e desejo que  o relacionamento deles se fortaleça, que sejam felizes  e que venham a construir uma vida a dois.

Mais um dia que se passa e sempre deixando a vida me levar da melhor maneira. O que importa é estar de bem com você mesmo.
Rene Santos


6a. Edição Querido Diário
Tema: mágica


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Edição 6a. "Diário do Mochileiro - Lost in London " (III)


Chegava o final da tarde e me encontrava em frente às escadas do “Montana Hotel” sentindo um frio na espinha. Minha vontade era desistir dessa idéia, mas quando olhei para trás lá estava o guarda na minha mira. Esse era o empurrão que eu precisava para passar por aquela porta e tentar a grande sorte.

Enfim entrei e que coisa linda era o hotel, tudo muito bem decorado, com um amplo e majestoso hall. No balcão da recepção estava somente um senhor que estava ao telefone e fui a sua direção com a cara e a coragem.

Acredito que a minha aparência não era das melhores e o que pensaria de uma jovem chegando sem malas tendo nos ombros uma simples bolsa.
E eu que estava usando aquela roupa a dois dias desde que sai do Brasil e não vendo à hora de poder tomar um banho e me trocar.

Quando cheguei ao balcão o senhor acabara de desligar o telefone e foi logo me cumprimentando gentilmente. Respondi em inglês, mas fui logo perguntando se falava português.
Para minha alegria ele falava espanhol e então fui logo ao assunto pedindo para falar com o Gerente expondo o motivo resumidamente.

Olhou para mim dos pés a cabeça e pediu para que eu aguardasse. Sentei em uma das poltronas que havia na recepção e ali fiquei por um tempo que não conseguiria precisar, mas que teria sido extenso porque já era tarde e no relógio da recepção marcava 22h16min.

Estava com um pouco de fome, mas não tanta graças aquele lanchinho ofertado pela gentil portuguesa da Confeitaria.Pelo tempo deveriam ter se esquecido de mim e estava tão cansada que até agradeceria que me procurassem só de manhã me deixando dormir ali mesmo que era mais confortável que no metrô.

Bastou eu começar a imaginar essa possibilidade para que me chamassem. Orientaram para que seguisse o corredor em frente ao balcão até o final e virasse a esquerda onde daria de frente para a porta da Administração. Chegando lá pediram para procurar a Mrs. Carter que estava me aguardando.

Agora era para valer e lá fui eu caminhando por aquele corredor sem pensar muito e pronta para sair daquela sala como a mais nova funcionária do “Montana Hotel”. Assim que cheguei ao final do corredor antes de virar à esquerda ouvi uma porta bater e de repente esbarro em uma pessoa que saíra às pressas me arrastando tamanha era a fúria com que vinha.

Assustada dei um passo para o lado e vejo um sujeito que mais parecia um monstro de tanta raiva que demonstrava de tão feio que era. Não disse uma só palavra, me olhou de rabo de olho e saiu em disparada pelo corredor. Pensei comigo mesmo que cara estranho e misterioso e o que será que faria naquele hotel, mas quero mais saber é de mim e vamos lá Regina falar com a Mrs. Carter que espero ser mais simpática e cordial.

Abri a porta e encontrei uma senhora de seus quarenta anos, vestida num elegante e discreto terno. Fui muito bem recebida e por falar espanhol a minha entrevista transcorreu muito bem. Até cheguei a comentar sobre o sujeito estranho que me atropelou no corredor.

Então ela me explicou que ele é um cigano que constantemente cerca os hóspedes na entrada oferecendo para ler a sorte. Havia conseguido entrar e estava no bar do Hotel fazendo a festa e os seguranças acabaram com a brincadeira dele.

Contei a minha história nua e crua e no início me pareceu que não teria sucesso, mas depois ela me ofereceu um emprego temporário de camareira onde receberia por semana 300 euros e teria direito a um quarto para dormir e com uma folga por semana.

Enquanto ela foi falando a felicidade e alívio que eu senti foi inexplicável e agora estou aqui neste quartinho deitada nesta simples cama muito simples e escrevendo estas linhas para deixar registrado todos os momentos que passei nesta minha estadia como clandestina nesta grande Metrópole.

Estou cansada, mas não consigo ter sono talvez por estar muito agitada e ansiosa por saber como será o meu trabalho a partir de amanhã. Imagina que alegria em tomar um belo banho e trocar a minha roupa pelo uniforme do Hotel. Já lavei toda a roupa para que seque até o dia da minha folga, ma o probleminha que tive foi com a minha única calcinha que o jeito foi deixar ela estendida na frente do aquecedor do quarto e estou rezando para secar rapidinho.

Fora isso está tudo muito bom e agora a jovem turista “Lost in London” está com um emprego de camareira e com um teto quentinho para morar. Só tenho que agradecer a Deus por estar aqui neste pedacinho do céu.


RSantos


6a. Edição Diário do Mochileiro
Tema: encontra alguém muito estranho e misterioso
10a. Edição C & F
Tema : Começar com a letra "C", e treminar com a letra "U".

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Edição 5a. " Diário do Mochileiro - Lost in London -" (II)


Segui percorrendo as ruas próximas a estação de South Kensington sempre atenta para não me perder. Esqueci até de comentar que por coincidência eu havia desembarcado na estação que estava no meu roteiro e o sujeitinho que roubara minha mala saltara na anterior que não devia ser muito longe dali. Regina pare de pensar no que se foi e corre atrás do prejuízo.

O movimento era intenso nas ruas e devia ser o horário que os londrinos estavam retornando as suas casas após um dia de trabalho.

Entrei em três lanchonetes sem nenhum sucesso. Estava voltando para a estação, pois já estava escurecendo quando avistei uma Confeitaria. Fiquei maravilhada com as delícias que estavam em sua vitrine e digo que foi motivada pela fome que entrei e fui direto procurar o gerente. Era uma senhora portuguesa para minha felicidade o que seria melhor para poder me comunicar e buscar uma orientação para conseguir sobreviver em Londres.

Resumidamente contei a minha história que não a impressionou, pois se  manteve fria informando que não dispunha de vagas e me aconselhando a procurar trabalho em um hotel como camareira onde teria a vantagem de não precisar falar o inglês e ter um teto para dormir também. 

Essa  notícia me deixou muito animada e fui logo agradecendo  e me retirando quando ela me chamou entregando um saquinho com uns brioches e uma caixinha de leite com chocolate. Fiquei tão feliz que a minha vontade na hora foi de abraçá-la, mas me controlei, sorri e agradeci mais uma vez humildemente.

Caminhando em direção a estação havia uma praça com uns bancos que não pensei duas vezes e fui logo sentando para saborear aquele lanche abençoado.

Enquanto comia fiquei admirando a praça, as flores, as pessoas que passavam, o som dos carros e como queria estar com minha máquina fotográfica para registrar essas imagens e tudo de bonito e interessante que já havia visto. Foi então que avistei uma placa que dizia "Montana Hotel".

Tinha que ir lá , não podia deixar para depois porque a cada minuto a minha situação estava ficando difícil. Precisava me sustentar, precisava tomar um banho, conseguir alguma roupa,pois só tinha a que estava vestida. Ainda bem que tenho você meu diário e grande companheiro nesta viagem de aventura que me meti. Poder compartilhar tudo que estou passando escrevendo nestas folhas está sendo um santo remédio e posso ter ficado só com a roupa do corpo e uma bolsa quase sem nada, mas que bom que guardei você comigo.

Estava levando o saquinho do meu lanche para jogar na lixeira quando fui abordada por um guarda que com seu inglês britânico, que me ajudava a entender, foi pedindo meus documentos. Olhei para ele fixamente, fiquei muda, mas por dentro gelei e nada disse. Meus pensamentos dispararam e já estava me vendo de volta para casa sem nenhuma chance de lutar pela minha permanência. Só me faltava essa de me deparar com essa "encrenca" e o pior que nesta minha decisão de permanecer em Londres eu estava como clandestina e só tinha duas soluções: ou contava a minha triste história ou continuava a minha farsa. Resolvi através de mímica, apontando para o Montana Hotel, dar a entender que estava hospedada lá com meus pais. O guarda torceu o nariz, olhou  para mim, soltou um pigarro e fez um gesto para eu sair dali e apontou para o Hotel.

Imediatamente obedeci as suas ordens e sai andando em direção ao Hotel onde enfrentaria outra etapa desta minha viagem de sonhos que se transformou numa aventura de uma jovem "Lost in London".

RSantos

5a. edição de Mochileiro
Tema : se depara com uma encrenca

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

" Querido Diário - 5º Dia "


Rio, 12 de fevereiro de 2011

Apesar de já estar tarde não vou conseguir dormir depois de tudo que aconteceu comigo hoje. Preciso compartilhar com você meu amigo e companheiro de todos os dias.

Estou sempre reclamando da vida, que o meu trabalho é um saco, que tenho que chegar a casa e cuidar de tudo, que o calor está insuportável, enfim sempre tenho algo a resmungar a ponto do marido e do filho reclamarem dizendo que eu sou uma eterna insatisfeita.

Quando escutei os dois me dizendo isso fiquei muito chateada e aborrecida, mas parei para refletir e começar a observar as minhas próprias atitudes e erros. Uma mulher com tantos anos vividos e tendo passado por tantas experiências começo agora a ser tratada como uma adolescente. Estou sempre estressada e isso não está me fazendo bem.

Este mundo afora está cheio de tanta gente implorando por um emprego seja ele qual for, morando em casas com telhado de telha que parecem um forno de tão quente sem reclamar do calor, vivendo em condições precárias sem muitas vezes terem o que comer, carregando nas costas o peso de tantos problemas que não chegam aos pés dos meus.

Tenho que me organizar para ter tempo para tudo, para poder curtir a vida com satisfação e agradecendo a Deus todos os dias por ter uma família tão linda e maravilhosa e que é a razão do meu viver.

Aprendi que nesta vida nunca seremos os donos da verdade e sempre seremos eternos aprendizes.

Agora posso dormir tranqüila meu querido diário porque deixei aqui registrado algo novo que aprendi nesta etapa da vida.

Beijos mil!!!! Bons sonhos!!!

Rene Santos



5a. Edição Querido Diário
Tema: aprende algo novo


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" VENDO AS CORES DA VIDA"


" Parabéns a amiga CHICA
pelo aniversário de 2 anos
do seu blog

Rene Santos
  
* * * * * *


3a. Edição Colagem
Tema:Frase

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

" ÁGUA FONTE DE VIDA "

" A água é fonte de vida que nasce da natureza."

RSantos
9a. Edição Foto frase
Tema: Algo relacionado a água

foto de minha autoria

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Edição 4a. - Diário de Mochileiro - " Lost in London" ( I )


Desde adolescente sonhava em fazer a viagem dos meus sonhos. Quando completei vinte anos e passei para a faculdade para cursar Comércio Exterior os meus pais me presentearam com uma passagem de ida e volta para Londres.

Passaria três meses conhecendo vários lugares e tinha feito um roteiro dos locais que poderia ficar, para passear, para comer e que pudesse economizar ao máximo os dois mil dólares que estava levando.

Chegou o grande dia da minha partida e com minha bagagem de mão e uma mala lá fui eu levantando vôo e seguindo em direção ao mundo que até aquele momento estava em meus sonhos e agora se tornaria um mundo real.

Depois de nove horas no ar estava euzinha, Regina Assumpção, pousando em Londres e descendo as escadas onde finalmente colocaria meus pés em terras inglesas.

Fui direto para o balcão me identificar e depois de liberada e com a mala em mãos o que mais queria era ligar para meus pais e avisar que já tinha chegado e estava tudo bem.

Logo no saguão do aeroporto havia umas cabines com telefones onde liguei para casa e deixei todos tranqüilos e satisfeitos.

Quando estava pegando a mala um rapaz olhou para mim e perguntou:
- Olá como vai? Pelo pouco que ouvi você é brasileira.

- Sim sou e você também é. Moras aqui em Londres? Perguntei de curiosidade.

- Sim moro aqui e vim esperar um amigo que chegaria hoje, mas seu vôo foi adiado para amanhã. Só me resta ir embora e voltar amanhã novamente. Vai pegar o metrô? Perguntou firmemente.

- Sim vou e até estou um pouco confusa, mas fiz meu roteiro e quero ir para South Kensington.

O rapaz foi muito gentil ficando de me orientar e ainda me ajudou carregando a mala. Pegamos o metrô e fomos conversando. Após algum tempo ele disse para irmos caminhando para frente que seria mais fácil de saltar e disse para eu ir à frente e assim o fiz. Fui caminhando pedindo licença com o meu portinglês e sempre procurando olhar para não pisar nos outros. Chegando ao final do vagão olhei para trás e levei um susto, pois não avistava mais o rapaz e o metrô tinha parado numa estação que nem sabia qual era.

Fui atropelando todo mundo a procura do rapaz e nada de encontrá-lo. Parei comecei a raciocinar e ver que havia cometido a pior das infantilidades. O rapaz desaparecera com a minha mala e o mais incrível de tudo é que meus documentos, meu passaporte, meu dinheiro estava tudo nela e agora eu me encontrava perdida e sem um documento em plena estação do Metrô de Londres.

Saltei na próxima estação, fui até o banheiro e lá cai no choro, mas depois me refiz e disse para mim mesma que não ligaria para casa porque sabia que meus pais me mandariam a passagem para voltar imediatamente e arruinaria tudo que planejara, que sonhara por tanto tempo.

Decidi passar aquela noite ali mesmo dentro da estação como já havia visto em tantos filmes. Comecei a pesquisar o local para saber aonde poderia descansar um pouco e me refazer de tudo que acontecera. Estava com fome, mas havia matado a minha sede bebendo água do bebedouro e não iria morrer por não comer por uma noite. Na minha bolsa só tinha uma toalha de mão, uma nécessaire com escova e pasta de dentes e um batom.

Sentei num dos bancos da estação e quando fui colocar a bolsa achei um saquinho de biscoito aberto. Olhei e sem pensar duas vezes peguei e guardei na bolsa para beliscar quando a fome apertasse.

Já passava da meia noite e os metrôs diminuíram a sua freqüência fazendo com que eu pegasse no sono.

Sentindo algo bater nos meus pés pulei do banco em que estava deitada acordando com o susto. Era uma folha de jornal que o vento fez chegar até ali. Peguei para tentar ler o que dizia, mas o meu pouco inglês me fez entender que no Brasil havia chovido muito provocando uma tragédia na Região de Petrópolis e Teresópolis. Olhei as fotos que mostravam as vítimas sendo recolhidas de dentro dos escombros.

Essa notícia me fez voltar à realidade da minha situação e também a chamar atenção para o meu estômago que roncava de fome. Lembrei do saquinho de biscoito e o devorei em segundos.

Esperei clarear o dia e arrisquei sair e começar a conhecer as redondezas por onde me encontrava. Precisava encontrar algum trabalho que me aceitasse sem precisar mostrar meus documentos. Tinha que achar uma solução para continuar a minha viagem.

Pensei muito e comecei a procurar emprego nas lanchonetes e restaurantes que haviam em quase todos os lugares. Passei quase a metade do dia entrando e saindo dos estabelecimentos e sempre a mesma resposta de que não havia vaga disponível.

Disse para mim mesma que continuaria por mais um quarteirão e depois desistiria e voltaria para o metrô tentando que uma alma caridosa me pagasse à passagem para entrar e ficar lá por mais uma noite.

Estava aflita, mas não queria me entregar e nem queria pensar em sentir medo e angústia. Dizia para mim mesma;
- Regina aguenta firme só mais este dia que amanhã a sorte vai sorrir para você.

Foi assim que segui em frente para continuar a minha busca por uma oportunidade de emprego para uma jovem corajosa, viajando por um lugar desconhecido, mal conhecendo a língua, mas carregando no coração um grande sonho de vencer.

RSantos

4a. edição de Mochileiro
Tema : Livre
Nesta edição estão inclusos os resumos das três edições anteriores

* Iniciei o Diário de Mochileiro nesta edição (4a.) onde esta e as demais edições poderão ser acompanhadas AQUI *
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" Querido Diário - 4º Dia " -



Rio, 05 de fevereiro de 2011

Hoje acordei satisfeita e de bom humor com o despertador. Chega sábado como é bom acordar sem ouvir aquele barulho irritante lembrando que já está na hora de levantar.

As férias acabaram e voltei à rotina do trabalho e dos estudos e até o meu organismo voltar a aceitar esse ritmo vou estar me sentindo um pouco fora de equilíbrio. Nada muito grave e logo estarei em forma.

Estou muito feliz porque meu filho vai trabalhar em uma nova empresa na área de Petróleo. Para ele é mais um desafio e um crescimento profissional. Claro que como mãe coruja não podia deixar de registrar este momento de  alegria e felicidade  aqui no meu  querido diário.

Hoje a família vai almoçar fora para comemorar essa nova etapa profissional do filhote. Já estou arrumada e pronta para sair, mas quis deixar tudo pronto para não deixar essa folha em branco.

Mais um dia que passou, mais um momento da nossa vida para podermos contar.
A cada dia nos renovamos  e isso é que nos enche de energia para continuarmos a nossa caminhada e sempre em busca da realização de nossos sonhos.

Estou tão feliz e tão cheia de amor no coração.

Beijos carinhosos  e até outro dia.
Rene Santos



4a. Edição Querido Diário
Tema: Livre

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